Melhores ações outubro 2021: altas e baixas
Em outubro, a Bolsa de Valores enfrentou mais um mês com grande volatilidade. O índice teve o pior desempenho do ano, com baixa de 6,74%, influenciado pelo aumento do risco fiscal e alta dos juros. Diante desse cenário, levantamos quais foram as cinco melhores ações em outubro de 2021. Acompanhe as maiores altas e baixas.
Melhores ações outubro 2021: maiores altas no Ibovespa
5 maiores altas de outubro no Ibovespa
Altas | Ativo | Empresa | Variação (%) |
---|---|---|---|
1 | BBSE3 | BB Seguridade | 11,23% |
2 | ABEV3 | Ambev | 10,85% |
3 | VIVIT3 | Telefônica | 6,69% |
4 | ENBR3 | Energias do Brasil | 6,48% |
5 | JBSS3 | JBS | 5,48% |
Fonte: Broadcast
1 – BB Seguridade (BBSE3)
A empresa que mais se destacou no Ibovespa em outubro foi BB Seguridade (BBSE3), com uma valorização de 11,23%. Representante do setor de seguros, estes papéis são vistos como defensivos em momentos de altas de juros, podendo ser beneficiados pelo avanço da curva. A companhia divulgará o balanço do terceiro trimestre no próximo dia 8 de novembro.
2 – Ambev (ABEV3)
Após a divulgação dos resultados do terceiro trimestre de 2021 (3T21), os papéis da Ambev (ABEV3) acumularam alta de 10,85%. No período, a empresa reportou lucro líquido de R$ 3,712 bilhões, uma alta de 57,4% em relação ao mesmo período de 2020. Além disso, houve destaque para o volume de bebidas produzido no terceiro trimestre, de 45,6 milhões de hectolitros, o mais alto já registrado pela companhia para um terceiro trimestre, com alta de 7,7%.
3 – Telefônica (VIVT3)
Seguindo o ranking das melhores ações em outubro de 2021, os papéis da Telefônica Brasil (VIVT3), controladora da Vivo, fecham o período com ganhos de 6,69%. O desempenho foi puxado pela aceleração na receita de serviço móvel e pela volta do crescimento com a receita fixa. O lucro líquido do 3T21 foi de R$ 1,32 bilhão, crescimento de 8,8% em relação ao mesmo trimestre de 2020.
O mercado também está de olho no leilão do 5G, marcado para começar em 4 de novembro e que deve ser concluído apenas no dia 5. Telefônica (VIVT3) e TIM (TIMS3) estão na disputa.
4 – Energias do Brasil (ENBR3)
Apesar da preocupação com a crise hídrica, os resultados na Energias do Brasil (ENBR3) favoreceram os ganhos na bolsa em outubro. A valorização de seus papéis beirou os 7%, impulsionado pelas maiores tarifas de energia, maiores compras de energia e bom controle de custos.
No resultado do 3T21, a empresa registrou lucro de R$ 510 milhões, um aumento de 70,3% ante o mesmo período do ano passado. Ainda em outubro, a Energias do Brasil anunciou o cancelamento de ações atualmente mantidas em tesouraria e o lançamento de um novo programa de recompra de ações.
5 – JBS (JBSS3)
A alta do dólar beneficiou as ações da JBS (JBSS3) com ganhos de 5,48% em outubro. Uma vantagem da empresa em relação aos concorrentes é ter uma operação muito diversificada, com produção de carne bovina, suína e de aves. Em 8 de novembro, a companhia divulgará seu balanço do trimestre, com o mercado fazendo projeções de dados fortes.
Melhores ações outubro 2021: maiores baixas no Ibovespa
5 maiores baixas de outubro no Ibovespa
Baixas | Ativo | Empresa | Variação % |
---|---|---|---|
1 | CASH3 | Meliuz | -45,09% |
2 | AZUL4 | Azul | -31,97% |
3 | ALPA4 | Alpargatas | -27,08% |
4 | GOLL4 | Gol | -26,36% |
5 | CVCB3 | CVC | -25,70% |
Fonte: Broadcast
1 – Meliuz (CASH3)
Outubro fechou ao fim e a Meliuz (CASH3) amargou a maior queda do Ibovespa no mês: 45,09%. No geral, empresas de tecnologia tendem a ser impactadas negativamente pelo aumento da taxa básica de juros pois dependem mais de financiamentos longos. Atualmente, a Selic está em 7,75% ao ano, após o aumento de 1,50 ponto percentual no dia 27 de outubro.
O resultado do 3T21 dividiu a opinião de analistas, sendo que o número de novos compradores e o volume bruto de vendas de mercadorias (GMV) foram recordes no período, totalizando R$ 1,4 bilhão. A Meliuz acredita que a Black Friday possa ser positiva para a empresa.
2 – Azul (AZUL4)
Os papéis de empresas ligadas ao turismo estão sendo penalizados, face à deterioração das expectativas econômicas. Com isso, a Azul acumulou perdas de 31,97% na bolsa somente em outubro.
Apesar do avanço da vacinação contra a Covid-19, a alta do dólar e dos combustíveis prejudica empresas como a Azul da retomada da demanda reprimida durante a pandemia.
3 – Alpargatas (ALPA4)
Dona da Havaianas, a Alpargatas (ALPA4) teve baixa de 27,08% no mês de outubro. No 3T21, a receita líquida cresceu 12,7%, saindo de R$ 943,5 milhões há um ano, para R$ 1,06 bilhão, porém o resultado não animou o mercado. Em relação ao volume de vendas, no Brasil elas avançaram apenas 1,1% e no exterior, 23,4%.
4 – Gol (GOLL4)
O setor de turismo foi bastante afetado em outubro, ainda mais com a alta dos preços do querosene de aviação, que possui um peso relevante nos custos da empresa. Somado a isso, teve o aumento da inflação que pressiona o poder de compra da população. Isso resultou em perdas de 26,36% para as ações da Gol (GOLL4).
5 – CVC (CVCB3)
A quinta colocada no ranking foi a CVC, empresa de turismo também bastante afetada no último mês acumulando desvalorização de 25,70%.
Além de amargar os mesmos impactos das companhias aéreas, a CVC sofreu um ataque hacker deixando o site e a central de atendimento fora do ar. Foram 12 dias até que todo o site fosse completamente restaurado.
Contexto de outubro
A bolsa acumula perdas de 13,04% em 2021, sendo 6,74% somente em outubro – pior mês do ano. Com isso, o Ibovespa passou de 110 mil pontos para 103 mil pontos no último mês.
Entre as cinco maiores baixas, duas companhias aéreas e uma de viagem. A valorização do dólar e aumento dos combustíveis foram dois pontos culminantes que prejudicam a retomada do setor de turismo.
Em contrapartida, com o avanço do câmbio, as maiores beneficiadas são as empresas exportadoras de alimentos. Resultado favorecido por dois fatores: diminuição dos custos e exportação em dólar.
No cenário econômico, há o aumento do risco fiscal, com a proposta do Auxílio Brasil — substituto do Bolsa Família com valor de R$ 400 — que pode furar o teto de gastos.
Em meio à forte alta dos combustíveis, provocada pelo aumento do dólar e do petróleo no mercado internacional, o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) aprovou o congelamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) estadual cobrado nas vendas de combustíveis, por 90 dias.
Leia também: Selic e inflação: entenda de uma vez por todas a relação entre elas!
O Banco Central fez uma nova elevação da Selic de 6,25% para 7,75% ao ano, o maior patamar em quatro anos. Já o dólar terminou outubro com avanço de quase 4%, cotado a R$ 5,6476.
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