Melhores ações abril 2022: altas e baixas

A bolsa teve queda de 10,10%. O resultado é o pior desde março de 2020, no começo da pandemia. Veja as melhores ações de abril de 2022.
Atualizado em 25/07/2022
7 min de leitura

Depois de quatro meses de alta, o índice Ibovespa encerrou abril em queda de 10,10%. O resultado é o pior desde março de 2020, quando começou a pandemia da Covid-19.

Quer saber quais foram as piores e melhores ações de abril de 2022? Continue lendo para ver o ranking e entender o que explica a performance das companhias.  

Melhores ações abril 2022: maiores altas no Ibovespa

5 maiores altas do Ibovespa

AltasAtivoEmpresaVariação (%)
1CPFECPFL Energia12,24%
2PRIO3PetroRio12,10%
3ELET6Eletrobras11,23%
4RRRP33R Petroleum9,68%
5CIEL3Cielo9,32%

Fonte: Broadcast.

1- CPFL (CPFE3)

O grupo CPFL (CPFE3), do setor de energia, liderou a lista das melhores ações de abril de 2022 – registrando alta de 12,24%. A boa performance é resultado do otimismo do mercado em relação aos passos que a companhia vem dando.

No começo do mês, a CPFL comprou a fatia de 32,66% da Eletrobras, em uma operação de R$ 1,1 bilhão. E, em outubro do ano passado, a empresa adquiriu a Companhia Estadual de Transmissão do Rio Grande do Sul.

No dia 12 deste mês, a companhia divulgará seus resultados e analistas do Credit Suisse acreditam que ela pode ser um dos destaques positivos do setor de energia, favorecida pelos ajustes de contratos pela inflação, incorporação de novos ativos e gestão de custos. 

No gráfico extraído do Gorila, vemos que, durante todo o mês, os papéis da CPFL estiveram acima do Ibovespa.

2 – PetroRio (PRIO3) 

Mesmo com a volatilidade do petróleo, a PetroRio (PRIO3) se beneficiou e cresceu 12,10% em abril. As novas aquisições da petroleira também têm animado o mercado. Há confiança de que a negociação dos campos de Albacoras (desinvestimento da Petrobras) esteja na reta final. A conclusão da compra será um dos grandes catalisadores da companhia. 

As projeções de produção e de investimento de capital da companhia também foram revisadas e os resultados positivos geraram ainda mais expectativa sobre os papéis.

Mesmo com leve queda no início do mês, a PetroRio foi uma das companhias que melhor performaram durante abril.

3 – Eletrobras (ELET6)

O setor elétrico apareceu novamente no ranking de melhores ações de abril de 2022, com a Eletrobras (ELET6)  em terceiro lugar, acumulando alta de 11,23%.

O início da segunda fase do processo de desestatização da empresa começou em abril e favoreceu às ações. Entretanto, em 20 de abril, a capitalização sofreu uma pausa de 20 dias e as negociações devem retornar no dia 18 deste mês. 

A oferta de ações aconteceria no primeiro semestre, mas, com o atraso, há a possibilidade de que a proposta seja movida para a segunda metade de 2022. Se isso acontecer, o processo acontecerá mais próximo das eleições de outubro e com maiores chances de volatilidade.

As ações da Eletrobras ocuparam o terceiro lugar no ranking das melhores ações de abril.

4 – 3R Petroleum (RRRP3)

Com alta de 9,68%, a 3R Petroleum (RRRP3) foi outra petroleira que se destacou em abril. No começo do mês, ela foi considerada oficialmente detentora das maiores reservas da América Latina, por meio da certificação que recebeu da Degolyer & MacNaughton (D&M). O atestado veio com a capacidade de 229 milhões de barris de óleo oriundos do Polo Potiguar.

A 3R foi outra petroleira que se destacou durante o mês de abril na bolsa de valores.

5 – Cielo (CIEL3)

Em quinto lugar, com crescimento de 9,32% estão os papéis da Cielo (CIEL3). Os resultados da companhia no trimestre passado superaram as expectativas do mercado e os relatórios de analistas destacando o bom controle de custos e desempenho da Cateno (subsidiária da Cielo) foram os catalisadores da alta.

Ainda em abril, a companhia concluiu a venda da subsidiária Merchant E-Solutions. A operação foi bem avaliada pelo mercado. 

Os papéis da Cielo ocuparam a quinta posição do ranking de melhores ações de abril.

Piores ações abril 2022: maiores baixas no Ibovespa

5 maiores baixas de abril de 2022

BaixasAtivoEmpresaVariação %
1VIIA3Via Varejo -28,78%
2LWSA3Locaweb-28,71%
3MGLU3Magazine Luiza-28,45%
4BIDI11Banco Inter-28,25%
5NTCO3Natura-28,12%

Fonte: Broadcast.

1 – Via Varejo (VIIA3)

Os papéis da varejista Via encabeçaram a lista dos piores desempenhos de abril, amargando perdas de 28,78%. A inflação ainda muito elevada e, consequentemente, a expectativa para a elevação das taxas de juros globais, com maior ênfase para o Brasil e Estados Unidos, afetaram diretamente o setor varejista que depende principalmente do consumo da população. O aumento do endividamento das famílias e a preferência dos investidores por menores riscos fizeram com que as ações das empresas do setor despencassem.

Os papéis VIIA3 permaneceram em baixa durante todo o mês de abril.

2 – Locaweb (LWSA3)

Outro setor muito afetado pela elevação das taxas de juros e dos ricos globais foi o setor de tecnologia, que é fortemente alavancado e dependente de captações para o crescimento futuro. Com isso, a empresa responsável por hospedar sites e e-mails, Locaweb, ocupou a segunda posição na lista de maiores baixas do mês, com queda de 28,71%.

Os resultados ruins apresentados no final de março para o último trimestre de 2021 também corroboraram para o tombo das ações, com o corte do preço alvo por diversos analistas e a redução da recomendação para venda. A companhia registrou prejuízo de R$ 7 milhões nos últimos três meses do ano.

Os ativos da Locaweb despencaram nas duas primeiras semanas do mês, após a divulgação do resultado de 2021 no final de março.

3 – Magazine Luiza (MGLU3)

Em terceiro lugar na lista está a Magazine Luiza, outra companhia ligada ao setor de varejo, que despencou 28,45% em abril. As taxas de juros mais elevadas e a população mais endividada diminuíram as expectativas para o resultado corporativo da empresa no primeiro trimestre do ano.

Tanto a Magazine Luiza quanto a Via também devem observar quedas em seus modelos de e-commerce, já bem estruturados, uma vez que as restrições sanitárias foram retiradas.

Ações da Magalu caem mais de 8% no dia 8/4, após publicação do IPCA de março.

4 – Banco Inter (BIDI11)

O Banco Inter apresentou a quarta pior performance do mês e registrou baixa de 28,25%. O maior catalisador das perdas foi a divulgação da prévia do resultado operacional para o primeiro trimestre do ano, que preocupou os analistas pela redução da originação de crédito, quando comparada ao mesmo período do ano passado, e pelo alto grau de inadimplência.

Pelo lado mais otimista, o banco retomou os planos de migração para a bolsa americana Nasdaq, o que animou o mercado após avaliação de que essa nova operação seria bem sucedida.

A divulgação da prévia operacional derrubou as ações BIDI11 no início do mês.

5 – Natura (NTCO3)

Por fim, os papéis da Natura se desvalorizaram 28,12%, ocupando a quinta colocação nas maiores baixas de abril. Para além do juros elevados prejudicarem o desempenho das empresas ligadas ao consumo no varejo e o cenário internacional ainda muito conturbado dificultar os negócios internacionais da companhia, a principal dificuldade enfrentada pela empresa no mês foram os rumores ligados ao vazamento do resultado corporativo do primeiro trimestre, que deve vir abaixo das expectativas do mercado.

Como resposta ao que veio a se mostrar uma conversa com analistas do sell-side, a Natura divulgou dados preliminares do balanço que está previsto para ser publicado ainda nessa semana (05/05).

As ações da Natura despencaram no pregão do dia 20/4, após o suposto vazamento do resultado do 1T2022.

Contexto de Abril

O principal índice do mercado acionário brasileiro, Ibovespa, rompeu com a sequência de fechamentos positivos observada no primeiro trimestre do ano e apresentou o pior desempenho mensal da série histórica desde março de 2020 (início da pandemia). Em abril, o Ibovespa despencou 10,10%, impactado tanto pelo choque de demanda chinês, pela elevação da taxa de juros americana e pela persistência dos conflitos europeus.

China

O novo surto de coronavírus na China e em alguns outros países asiáticos, observado no final de março, seguiu preocupando o mundo. O choque das commodities, com a disparada dos preços de combustíveis e alimentos, observado em março por conta da guerra entre Rússia e Ucrânia, não permaneceu em abril, quando viu seus preços recuarem novamente com a redução da demanda chinesa.

As principais cidades chinesas entraram em lockdowns severos a partir de março, com ênfase para Xangai, na tentativa de frear a disseminação do vírus. No entanto, a implementação da política de “Covid Zero” na China já tem apresentado impactos nos indicadores econômicos e derrubado a atividade do país.

Juros

Apesar das decisões de política monetária não terem se sucedido em abril, diversos pronunciamentos de autoridades tanto brasileiras quanto americanas a respeito do ciclo de aperto monetário ocorreram ao longo do mês, impactando as expectativas dos diversos agentes do mercado, com reflexo direto nas taxas de juros futuras. É esperado que, para as reuniões dos dias 3 e 4 de maio, o Banco Central brasileiro eleve a taxa Selic em 1 p.p. e o Federal Reserve aumente a taxa de juros norte-americana em 0,5 p.p.

No mês, dados de inflação continuaram a surpreender ao redor do mundo, se encontrando em patamares recordes tanto no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa, tendo os preços dos combustíveis como principais responsáveis. Ainda, a perpetuação e intensificação da guerra no leste europeu continua a preocupar os mercados, que têm se voltado para ativos de maior segurança, principalmente na economia americana. 

O fortalecimento do dólar, que interrompeu a sequência de quedas e avançou 3,81% em abril, também fez com que o fluxo de entrada de capital estrangeiro na bolsa se invertesse e registrasse saída líquida de R$ 5,3 bilhões.

Leia também:
Rússia e Ucrânia: como a guerra afeta o preço das commodities

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