Livro Bege: Sumário das condições atuais da economia norte-americana

O Livro Bege é um relatório publicado oito vezes ao ano pelo Banco Central dos Estados Unidos, que busca sintetizar a atual situação da economia norte-americana, sob a ótica dos 12 Distritos do Federal Reserve.
No Livro Bege de novembro, a autoridade monetária americana avaliou que a economia dos Estados Unidos permaneceu estável ou apresentou leve melhora em relação à última publicação. Por outro lado, as taxas de juros e inflação elevadas seguiram pesando sobre a atividade.
Ainda, a manutenção dos juros e preços em patamares excepcionalmente altos reforçaram a incerteza e o pessimismo dos agentes econômicos entrevistados para o cenário prospectivo da maior economia do mundo.
Atividade
Dentre os efeitos observados, a inflação elevada levou os consumidores, principalmente de baixa renda, a substituir bens por produtos mais baratos. Os juros onerosos também prejudicaram a venda de automóveis e a venda e construção de novas casas ou imóveis não residenciais.
Já o setor de turismo se beneficiou dos ganhos da atividade, ao passo que restaurantes e hospitalidade reportaram ganhos robustos de demanda. As vendas, em geral, aumentaram, em razão de maiores estoques, enquanto a indústria verificou resultados distintos entre os distritos, com ligeiro ganho na média.
Aluguéis de apartamentos apresentaram leve redução, da mesma forma que aluguéis comerciais arrefeceram e o número de escritórios desocupados aumentou.
No setor financeiro, os empréstimos bancários diminuíram em razão da demanda enfraquecida e das condições de crédito mais rígidas. O setor agrícola permaneceu estável, com ligeira alta em alguns distritos, assim como o setor energético.
Mercado de Trabalho
Segundo os consultados, o mercado de trabalho segue apertado no país, ao passo que a taxa de ocupação manteve crescimento modesto na maioria dos distritos. Já a demanda por trabalho sofreu leve redução.
Apesar das dificuldades de contratação e retenção terem sido mitigadas e as necessidades de mão de obra terem diminuído, os empresários expressaram relutância em demitir funcionários frente ao mercado de trabalho ainda rígido. Demissões foram reportadas principalmente nos setores de tecnologia, finanças e imobiliário.
Os salários, por sua vez, aumentaram em ritmo moderado, embora a pressão salarial tenha diminuído em alguns distritos. Para os próximos meses, a expectativa é de desaceleração do mercado de trabalho, enquanto salários devem seguir crescendo por mais algum tempo.
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Inflação
A inflação ao consumidor permaneceu subindo na maioria das regiões, mas em ritmo desacelerado devido à demanda enfraquecida e reestruturação das cadeias produtivas, pelo lado da oferta.
Os preços no varejo sofreram pressões baixistas frente a busca dos consumidores por mais descontos. Da mesma forma, commodities como madeira e aço reportaram queda, na contramão dos alimentos, que tanto se mantiveram elevados quanto apresentaram alta no período.
A redução da demanda também levou ao arrefecimento da inflação dos aluguéis e à redução dos preços de imóveis. A expectativa é de que a inflação se mantenha estável ou desacelere até a próxima publicação.
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