O que os Leading Economic Indicators de setembro nos dizem sobre o futuro da economia dos Estados Unidos?

Uma forma de se destacar no mundo dos investimentos é saber prever a atividade econômica futura com base nas informações disponíveis no presente. Para isso, é essencial estar atento ao que acontece no mercado internacional, especialmente o norte-americano. Segue o artigo para conferir o que os Leading Economic Indicators estão dizendo sobre o futuro da economia americana.

Muito se tem discutido a desaceleração da atividade econômica ao redor do mundo nos últimos meses. A Europa já vê as principais economias da região apresentarem sinais negativos para a atividade, à medida que a inflação domina os mercados locais. Na Ásia, a economia chinesa volta e meia entra no noticiário diante da retomada das políticas restritivas no país, a fim de conter a dispersão da covid-19, o que reflete negativamente nas expectativas sobre a economia local. Mas e nos Estados Unidos?

A inflação também tem afetado fortemente a economia norte-americana, que tem revidado com o ciclo de aperto monetário mais intenso da história recente. A taxa de juros de referência (Fed Funds Rate) saltou de 0,15% para 3,15% desde março, com três altas de 75 bps seguidas, movimento sem precedentes na série histórica do país. As condições monetárias mais restritivas e a postura hawkish do Banco Central do país, apostando na redução dos juros apenas a partir de 2024, também impactam nas projeções do mercado e nas ações dos consumidores, que começam a se preocupar com uma possível recessão.

Para além dos principais indicadores da atividade futura, como o US Leading Indicator do Conference Board, que voltou a recuar em setembro, para 115.9 pontos, após permanecer inalterado em agosto, ou o índice do AIER, que caiu para 25 pontos em setembro, muito abaixo do limite de neutralidade de 50 pontos, renovando as mínimas da série histórica desde o começo da pandemia, trouxemos aqui alguns outros monitores que valem a sua atenção.

Long Leading Indicators

Juros

Tanto títulos públicos quanto corporativos se encontram próximos às máximas dos últimos cinco anos, ao passo que a curva de juros norte-americana voltou a apresentar sinal invertido (quando os juros curtos superam os juros longos). A inversão da curva de juros normalmente antecede períodos de recessão.

Oferta de Moeda

A oferta de moeda na economia americana sofreu drástica redução frente à retirada dos estímulos introduzidos ao longo da pandemia e ao combate à inflação que aflige o país. A variação da oferta real de moeda dos tipos M1 e M2, na comparação anual, tendem a apresentar sinais negativos antes de uma recessão.

Condições Financeiras

O índice de condições financeiras do Fed de Chicago, cujos valores negativos estão historicamente associados a condições financeiras mais flexíveis, tem se encaminhado para o território positivo, o qual sinaliza condições financeiras mais constritivas do que as condições macroeconômicas inferem.

No entanto, o índice de estresse financeiro do Fed de St. Louis, que normalmente antecipa crises econômicas quando positivo, aponta para condições de estresse abaixo da média, cenário positivo para a economia.

Sentimento do Consumidor

Após atingir seu menor valor da série histórica em julho, o índice de sentimento do consumidor de Michigan tem apresentado leve melhora nos últimos resultados, mas a atenção à inflação e os riscos de recessão seguem no radar.

Short Leading Indicators

Atividade

Os índices regionais de atividade do Federal Reserve têm sugestionado uma crescente desaceleração da economia norte-americana, impactando também as expectativas sobre o setor produtivo. Muitos índices já passaram a apresentar sinais negativos desde a metade do ano.

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