Como as instituições financeiras usam influenciadores para crescer no mercado brasileiro
A criação de conteúdo sobre o mercado financeiro tem se tornado cada vez mais importante, especialmente quando consegue atrair o interesse do público. Autenticidade e responsabilidade são fatores essenciais para aqueles que se destacam nesse ambiente.
Nesse contexto, os influenciadores de finanças desempenham um papel significativo: muitas vezes eles servem como ponte entre o público e as instituições financeiras. Amplificando o alcance de informações e moldando a percepção de milhares de seguidores, eles podem impactar diretamente decisões de investimento e a maneira como o mercado é compreendido por diferentes audiências.
Esse foi um dos tópicos abordados na Expert XP 2024. Em um dos painéis do evento, Bruno Paolinelli, Arthurito Faria Lima e Fausto Carvalho, conhecido como Jorginho, contaram como têm utilizado o humor como uma estratégia eficaz para atrair mais pessoas para o mercado financeiro.
Foi consenso que a autenticidade e responsabilidade são fatores essenciais para aqueles que se destacam nesse ambiente.
Arthurito ressaltou a importância de respeitar as regulamentações rigorosas que regem o mercado financeiro, destacando que todos os influenciadores têm um papel crucial na atração do público para o topo do funil de vendas.
Ele enfatizou que, em um ambiente competitivo onde a atenção é um recurso disputado, os influenciadores podem agregar valor significativo, especialmente na educação financeira. “É muito importante que o influenciador jogue dentro da regra do jogo”, afirmou, acrescentando que, com a devida capacitação, esses profissionais podem também desempenhar funções mais direcionadas dentro do mercado.
Jorginho, que entrou no palco pedalando um monociclo, contou como sua trajetória começou há dois anos com a criação do personagem “faria limer”. Hoje, com o lema “o Bit venceu” (referência ao seu bordão sobre o beach tênis que ganhou popularidade entre os profissionais do mercado financeiro paulistano), o influenciador tem contrato com a XP para o BITFUT (mercado futuro de Bitcoin).
Em outro palco do evento, onde o tema também era discutido, Nathan Laurino, coordenador de marketing na XP, afirmou que nas parcerias com as instituições, os influenciadores devem ser genuínos e “passar a percepção que não estão ali para vender”. “Influencer não é só para estimular a abertura de conta (na corretora), mas valorização da marca. É um canal de mídia”, frisou.
Conforme pesquisa da Anbima de 2023, as parcerias entre influencers e instituições dos mercados financeiro e de capitais (bancos, corretoras etc.) se mantiveram estáveis. Dos 515 influencers monitorados na quinta edição do estudo, 249 tinham alguma relação com players do mercado – três a menos que no relatório anterior. Entre eles, 116 estabeleceram 139 parcerias com instituições que seguem as regras de autorregulação da ANBIMA, enquanto 133 se conectaram com empresas não vinculadas à Associação.
No total, foram registradas 364 parcerias até o primeiro semestre do ano passado. Entre as instituições, a XP Investimentos liderava, conectando-se com 16 influenciadores, seguida pelo Banco Sofisa e pelo BTG Pactual, ambos com 10.
Além disso, neste ano, o relatório do Fórum Econômico Mundial pontuou a crescente importância das redes sociais como ferramenta de aconselhamento financeiro entre a Geração Z e os millennials. A organização reconheceu que os “finfluencers” têm contribuído para a democratização da informação financeira e influenciado os comportamentos de investimento.
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