Impactos da IA para wealth management
A relação entre inteligência artificial (IA) e wealth management tem se intensificado nos últimos anos, trazendo uma série de inovações e mudanças significativas na forma como os serviços financeiros são oferecidos e gerenciados.
O Wealth Trends, evento organizado pelo Gorila para conectar estratégia e tecnologia para escritórios de investimentos, buscou se aprofundar nessa conexão. Para isso, Lucas Brossi, AI Business Strategist e Head of Advanced Analytics na Bain & Company, foi convidado para debater o tópico.
Brossi comparou a transformação tecnológica que estamos vivendo atualmente a momentos revolucionários do passado. “Apesar do hype, acredito que estamos vivendo uma transformação, uma mudança de paradigma tecnológico. É realmente impressionante quando você vai pro Vale do Silício, conversa com as tech companies e vê o quanto todo mundo está se mobilizando ao redor de IA porque enxerga isso como uma mudança transformacional assim como foi o surgimento do PC, da internet, do mobile”, afirmou.
Ele salientou, no entanto, que essa transformação ainda levará anos para se materializar plenamente, comparando o estágio atual ao início da internet nos anos 90 .
A adoção da IA no setor empresarial, segundo Brossi, está crescendo, embora ainda não exista uma aplicação revolucionária (“killer app”) que esteja dominando o mercado. Ele explicou que a integração da IA nos aplicativos do dia a dia será crucial para sua decolagem.
“Do ponto de vista empresarial, tem muito interesse. Eu provavelmente conversei com profissionais C-level e do board de quase a totalidade das companhias brasileiras nos últimos dois anos. Tem muita empresa experimentando”, disse ele.
Brossi mencionou que a Bain & Company tem auxiliado mais de 200 clientes globalmente a implementar provas de conceito e MVPs (Minimum Viable Products) com IA em várias áreas, incluindo automação, criação de conteúdo em marketing e suporte a vendedores e consultores de investimentos .
O especialista também destacou a importância da IA como uma ferramenta transformadora na gestão de patrimônio. “No momento em que estamos, temos que pensar isso aqui como uma série de ferramentas que ajudam a dar produtividade para vocês [gestores de patrimônio] em tarefas que podem parecer pequenas, mas que, quando acumuladas, tomam um tempo relevante”, disse.
A partir disso, o tempo do consultor é liberado para “fazer o que faz de melhor, que é interagir e entender o cliente. Enfim, construir o relacionamento, tirando um pouco essa parte de backoffice, de produção de relatórios, de analytics e de marketing”, completou Brossi.
Portanto, apesar da IA ainda estar começando a ser adotada, ela tem um grande potencial para transformar o setor. Empresas de gestão de patrimônio que conseguirem utilizar essa tecnologia de forma eficaz se tornarão líderes em um novo período marcado por inovações e maior eficiência operacional.
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