Especialistas de tecnologia e de investimentos analisam impacto da IA na Expert XP
No contexto de uma nova revolução tecnológica impulsionada pela inteligência artificial (IA), líderes empresariais de diferentes setores debatem os desafios e oportunidades que emergem com essa transformação.
Na Expert XP 2024, especialistas discutiram desde o impacto econômico e social até as implicações éticas e os riscos de uma possível bolha no mercado. Confira as opiniões dos principais nomes que passaram pelo evento.
Cecilio Fraguas (Jabuti AGI)
Para Cecilio Fraguas, fundador e CEO da Jabuti AGI, o mercado ainda está pavimentando uma estrada cujo destino é incerto, mas é essencial que todos estejam cientes dessa jornada. “É uma tecnologia que está em maturação”, afirmou.
Ele expressou preocupações com o desemprego, especialmente entre a classe média, que pode ser a mais impactada pela automação de processos. Enquanto trabalhos manuais feitos por classes mais pobres estão relativamente seguros devido à ausência de um corpo físico na IA, e cargos estratégicos – que exigem habilidades complexas e tomada de decisão –, são menos suscetíveis à automação, a classe média enfrenta um risco significativo.
Isso ocorre porque, segundo Fraguas, muitos empregos dessa faixa estão em áreas intermediárias, que são mais vulneráveis à substituição por tecnologias automatizadas e processos mais eficientes.
Imaginando um possível futuro, o CEO da Jabuti AGI analisou que a insatisfação gerada é fator que deve ser observado de perto, pois “todas as grandes revoluções foram feitas por uma classe média descontente”. Ele alertou para a necessidade de tratar dessas questões com educação e outras formas de inclusão social.
Tania Cosentino (Microsoft Brasil)
Tania Cosentino, presidente da Microsoft no Brasil, declarou que a missão da empresa é continuar investindo nessa tecnologia para torná-la cada vez mais acessível. Contudo, a companhia entende que o potencial transformador vem acompanhado de riscos consideráveis, por isso apoiam a regulação para uma adoção responsável.
A executiva, por sua vez, destacou que, embora a IA possa eliminar empregos, novos postos de trabalho surgirão com o novo contexto. Acrescentou ainda que ao criar novas oportunidades, a velocidade das mudanças exige uma colaboração estreita entre o setor público, privado e a academia para qualificar a força de trabalho em escala. “A maior dificuldade está na velocidade com que precisamos capacitar as pessoas para essa nova realidade”, afirmou.
Na frente de negócios, Cosentino ressaltou a importância de incorporar a IA na cultura organizacional para alcançar um retorno sobre o investimento significativo. Ela destacou que a Microsoft está focada em construir casos de uso práticos para a IA, sempre com um olhar atento à segurança e privacidade, conforme as diretrizes da LGPD.
Marcel Saraiva (NVIDIA)
Já Marcel Saraiva, sales manager da NVIDIA no Brasil, frisou a importância dos dados, lembrando que a IA vive através deles, o que torna a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) mais relevante do que nunca. Marcel vê a IA como a “nova revolução industrial”, que está transformando não apenas a tecnologia, mas também a sociedade como um todo.
A visão das gestoras
André Jakurski (JGP)
Para André Jakurski, sócio-fundador da JGP, o impacto da IA no longo prazo ainda é incerto, mas ele mantém uma visão otimista. “No longo prazo é uma incógnita, mas acho que vai ser muito positivo”, comentou.
Luis Stuhlberger (Verde Asset)
Luis Stuhlberger, gestor e CEO da Verde Asset, fez uma comparação histórica para contextualizar a atual euforia em torno da IA. “Historicamente, nos EUA, todas as grandes invenções para a humanidade, como ferrovias e aviação, foram progressos maravilhosos, mas quem investiu em ações perdeu dinheiro”, disse.
Ele ressalta que, assim como em outras revoluções tecnológicas, as bolhas são inevitáveis e, no caso da IA, o mesmo padrão pode se repetir. Usando o ditado popular de que, na corrida do ouro, quem lucra são os vendedores de pás e picaretas, o CEO da Verde sugeriu: “Então, obviamente, você tem alguma bolha em IA, ainda não se sabe qual, pois estamos no começo desse processo. As bolhas sempre se formam e dessa vez eu não acho que seja diferente”.
Rodrigo Azevedo (Ibiuna)
Rodrigo Azevedo, sócio e co-CIO da Ibiuna, trouxe uma análise cautelosa sobre o risco de bolhas em torno da IA. Segundo ele: “Bolhas em geral são formadas por ciclos de crédito expansionistas e crédito barato. É difícil achar que a gente está no meio de uma bolha quando teve esse aperto de crédito e juros no mundo num patamar histórico muito mais alto”.
Azevedo observou que o valuation das empresas ligadas à IA está em alta, mas que um possível cenário de liquidez mais frouxa e juros mais baixos pode sustentar esse crescimento, mesmo que uma bolha esteja se formando. Ainda assim, o executivo acredita que, no curto prazo, não há sinais de um colapso iminente.
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