CVM 179: como a transparência impulsiona a competitividade nas assessorias de investimentos
A competição na indústria de assessoria de investimentos está se intensificando, impulsionada por mudanças regulatórias e pela crescente demanda por transparência e qualidade nos serviços prestados.
As novas diretrizes da CVM, sobretudo as instruções 178 e 179, marcam um ponto de inflexão, ao flexibilizar as estruturas societárias e proporcionar maior clareza sobre os acordos de remuneração.
A CVM 179, especificamente, reforça a transparência no relacionamento entre investidores e o mercado, especialmente no que diz respeito à remuneração. Exigir maior clareza nos acordos financeiros tende a fortalecer a confiança dos investidores e reduzir potenciais conflitos de interesse.
O desafio em ser transparente
Apesar do avanço, divulgar a remuneração dos assessores e distribuidores é um desafio significativo. A padronização dessa informação é crucial para que investidores possam avaliar e comparar diferentes opções de forma clara, compreendendo melhor os potenciais conflitos de interesse.
Especialistas do mercado ouvidos pelo Gorila também alertam para o fato de que informação em excesso, sem contexto, pode mais confundir do que esclarecer. Portanto, a transparência não deve se limitar aos dados numéricos.
Além dos valores e percentuais, os investidores precisam acessar insights qualitativos, como a qualidade do serviço prestado e os potenciais conflitos de interesse
Ao compreender melhor os conflitos de interesse, há também um fortalecimento da educação financeira no Brasil. O investidor tende a se tornar mais informado e consciente de suas decisões, o que eleva a régua do atendimento que ele espera das instituições que o atendem.
A discussão sobre a implementação das novas regras de transparência está em andamento, e com prazos apertados. A normativa entra em vigor em 1 novembro de 2024 e há algumas polêmicas envolvidas no processo.
Embora a necessidade de adaptação seja reconhecida, o desafio está em como aplicar essas mudanças de maneira eficaz, garantindo que todos os envolvidos consigam se alinhar às novas exigências sem comprometer a operação.
Além disso, a indústria de assessoria enxerga algumas lacunas nas novas regras. Um deles é o descompasso entre a cobrança por transparência no mercado de capitais e o setor bancário. Espera-se uma pressão sobre o Banco Central para que as normas também se apliquem aos produtos bancários tradicionais, como os CDBs.
Uma boa experiência do cliente se torna o diferencial competitivo
O conceito de experiência do cliente tem transformado várias indústrias e agora se destaca no setor de investimentos. Com o crescimento expressivo de instituições financeiras e da diversificação de produtos, há uma necessidade de simplificar o acesso e a utilização desses serviços.
Ao focar na experiência do cliente, as empresas podem facilitar o entendimento das opções disponíveis, permitindo que os investidores tomem decisões mais informadas e satisfatórias. Isso não apenas melhora a percepção de valor dos serviços, mas também contribui para a fidelização do cliente em um mercado cada vez mais competitivo.
Com mais opções no mercado, os investidores podem comparar serviços e escolher aqueles que melhor atendem às suas necessidades. Isso força os assessores a se destacarem, não apenas pela qualidade dos produtos oferecidos, mas também pelo alinhamento com os interesses de seus clientes.
Este artigo foi útil?