Ata do Copom: O ritmo de 50 bps segue apropriado; cenário externo permanece exigindo cautela

A ata do Copom referente ao encontro de janeiro não apresentou grandes alterações quanto ao racional do comitê, sinalizando que o ritmo de 50 bps segue apropriado.
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PorFelipe Lima - 06/02/2024
2 min de leitura

O Comitê de Política Monetária do Banco Central deu sequência ao ciclo de flexibilização monetária na última quarta-feira, ao novamente cortar a taxa Selic em 50 bps, para 11,25% a.a.

A decisão, assim como as anteriores, foi unânime e sem prejuízo ao objetivo principal ‘assegurar a estabilidade de preços’, com o comitê sinalizando a desaceleração da inflação e a moderação da atividade, porém afirmando que a desancoragem das expectativas de inflação para horizonte relevante se mantém, o que implica em cautela.

Além disso, o Copom enfatizou em seu balanço de riscos que o cenário externo segue volátil, à medida que debate-se sobre o início do processo de flexibilização da política monetária em diversas economias, nas quais, apesar do arrefecimento dos núcleos de inflação, estes permanecem elevados.

Sob a perspectiva da atividade econômica do Brasil, o comitê evidenciou a desaceleração, em linha ao cenário previsto pelos membros. Além disso, enfatiza o aumento do consumo das famílias, podendo este estar relacionado ao aumento da renda bruta, o qual é favorecido pelo aumento do salário mínimo, de benefícios sociais e também da resiliência do mercado de trabalho.

O Comitê avalia que, embora tenha ocorrido um progresso relevante no processo desinflacionário, ainda é necessário percorrer um longo caminho para alcançar a ancoragem das expectativas e o retorno da inflação à meta, requerendo uma condução serena e moderada da política monetária. A incerteza, especialmente no cenário internacional, que tem se mostrado volátil, aconselha cautela na condução da política monetária. O Comitê destaca que a incorporação de cenários e variáveis exógenas, como a dinâmica fiscal ou o cenário externo, ocorre por meio de seus impactos na dinâmica prospectiva da inflação, sem relação mecânica com a determinação da taxa de juros.

Quanto ao cenário doméstico, observa-se que a trajetória desinflacionária dos núcleos e da inflação de serviços continua, fortalecendo a recente dinâmica benigna da inflação. Dados recentes indicam moderação na atividade econômica, conforme antecipado pelo Comitê. A desancoragem das expectativas de inflação para prazos mais longos permanece desde a última reunião do Copom, e as projeções de inflação para o horizonte relevante não sofreram alterações significativas, mantendo-se acima da meta.

O documento também reiterou que o comitê, de maneira unânime, prevê redução de mesma magnitude para a próxima reunião, sendo este o ritmo ideal para manter a política monetária contracionista e trazer inflação à meta.

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