Como os agentes de IA começam a redesenhar o wealth management?

Especialistas discutem no Gorila Wealth Trends os primeiros passos para aplicar IA em operações de investimentos e como superar os desafios de segurança, automação e cultura de dados.
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PorEdnael Ferreira - 25/04/2025
Atualizado em 30/04/2025
2 min de leitura

Na jornada de transformação do mercado de gestão patrimonial, os agentes de IA (inteligência artificial) começam a sair da ideação para ocupar funções práticas, da qualificação de leads ao suporte ao cliente e compliance. Esse foi o ponto de partida do painel sobre inovação tecnológica no Gorila Wealth Trends, que reuniu Guilherme Ricci (Sr. Startup Solutions Architect na AWS), Rodrigo Gianotto (CTO no Grupo PRIMO) e Caio Fasanella (Managing Director e Head de Investimentos na Nomad), com mediação de Guilherme Assis, CEO do Gorila.

Os especialistas se debruçaram sobre o conceito de agentes de IA — sistemas capazes de operar com maior autonomia, conectando-se a bases de dados internas, APIs e fluxos operacionais. Para Guilherme Ricci, o avanço desses agentes representa uma mudança de paradigma. “Com eles, a gente deixa de ter um modelo reativo para construir sistemas inteligentes que entregam exatamente o que a operação precisa”, afirmou.

No Grupo PRIMO, esses agentes já começam a atuar em etapas de pré-venda, qualificação de leads e atendimento ao cliente. Rodrigo Gianotto adiantou que a empresa ainda não tem nada em produção na parte de investimentos, mas o time interno já trabalha no desenvolvimento de copilotos treinados com os dados da casa. Para o CTO, no futuro da indústria, os agentes de IA poderão atuar em tarefas específicas, como rebalanceamento de carteiras e avaliação de limites do FGC. 

Na Nomad, o uso da IA permeia três blocos principais: prevenção a fraudes no onboarding, automação no atendimento ao cliente e apoio à produção de conteúdo educativo e avaliação de compliance. “Temos mais de 100 mil contas abertas por mês, o que torna o fluxo de entrada muito sensível. Nosso sistema hoje já é treinado com IA para reconhecer padrões de risco nesse processo”, explicou Caio Fasanella. Ele estima que a empresa esteja entre 5% e 10% do potencial de adoção da tecnologia, “apesar de estar na vanguarda em relação ao mercado”.

Os painelistas também discutiram os cuidados com dados sensíveis — uma preocupação central no contexto de wealth management. Gianotto defendeu uma política clara de proteção e alertou para os riscos de uso indiscriminado de IA generativa. “Muita gente não sabe o que está passando para o ChatGPT”. No Grupo PRIMO, afirma, “nenhuma iniciativa usa dados patrimoniais, e, quando precisar, não serão usadas soluções em nuvem”.

A conversa terminou com uma reflexão sobre o futuro das equipes. Para Ricci, o uso da IA exige profissionais com domínio técnico, mas também com visão de negócio. “É preciso sair do prompt e montar times com cientistas de dados e engenheiros que entendam os custos da operação”. Gianotto concordou: “Quem não tiver uma cabeça tecnológica generalista na equipe vai perder tempo. Dados e automação sempre estiveram aí — a diferença agora é que temos escala”.

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